Resenha: por que o FILHAS DE GAIA foi escrito como Ficção Científica?

Vale do Norte, quarto mês de 1850.

Cara Leitora, Caro Leitor:

O gênero Ficção Científica faz parte da Literatura Fantástica, à qual pertencem também a Fantasia e o Terror. O que distingue a FC dos demais gêneros é o tema da tecnologia e suas implicações no futuro.

A própria FC tem subdivisões como o Horror Cósmico, no qual criaturas exploram ou têm a intenção de destruir a humanidade; o Hopepunk, que discute a esperança como força motivadora para buscar novas soluções; o Steampunk que reinterpreta o passado; o Cyberpunk, cujo mote é o confronto entre a qualidade de vida e a tecnologia; o Afrofuturismo, que recupera narrativas da diáspora africana; o Space Opera, que conta histórias de heróis do pós-guerra, ou de astronautas que viajam pelo espaço. 

A maior representante dessa última subdivisão é Becky Chambers, que recebeu o Prêmio Hugo pela série Wayfarers, Viajantes em português, lançada com financiamento coletivo pela plataforma Kickstarter.

Sim: a FC tem premiações também, mas são diferentes dos da literatura contemporânea. 

Além do Hugo, existe o Prêmio Nébula, semelhante ao Emmy para a ficção científica e fantasia. Há prêmios menores, mas não menos importantes, como o Tiptree, o Sidewise, o Prometheus, entre outros.

O que dá credibilidade à literatura de Ficção Científica como válida, tão instigante e humana quanto qualquer obra premiada pelo Nobel.

E com vantagens: a FC oferece a possibilidade de se afastar do cotidiano e viver em outros mundos e em outras realidades especulativas. É como uma viagem a um lugar distante: quando se volta para casa, vemos nosso dia a dia com um olhar diferente, mais crítico.

Mas não se engane: a FC não é pura fantasia ou escapismo, criada pela cabeça de uma escritora que vive no mundo da Lua. 

Ao contrário: ela é uma forma excelente de explorar temas relevantes e sensíveis da realidade dessa escritora ou do que ela observa em seu tempo presente.

A FC permite que olhemos diretamente para questões que nos são caras como indivíduos e como sociedade e retrata reflexos de nossas esperanças, medos e curiosidades, transformando-os em histórias. 

Em algo mais palatável.

O FILHAS DE GAIA, por exemplo, aborda em forma de literatura a questão de gênero, do meio-ambiente, do capitalismo como a máquina predatória que ele é, da hierarquia baseada na propriedade privada, para citar somente algumas.

Além de fazer investigações filosóficas para entender melhor como nosso mundo funciona. Outra característica bastante positiva da FC.

E antes que alguém pergunte… O romance FILHAS DE GAIA pertence ao subgênero Space Opera, pois conta sobre a diáspora humana a este planeta e como se vive nele.

E fala um pouco da adaptação do ambiente, iniciada por autômatos com consciência humana (o tema da tecnologia e suas implicações no futuro, lembra?), para que os seres humanos construíssem um lar aqui.

Confira no site da Editora: 
Filhas de Gaia – Comprar em Editora Polifonia 

Hélia Skipas
Conselho de Sábias
Vale do Norte, GAIA

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